O mercado da cortiça tem evoluído muito nos últimos tempos. Usar a cortiça para mais do que fazer rolhas já há muito que não é novidade. Sendo um material leve, ecológico, resistente e bastante isolante, a cortiça ganha, cada vez mais, destaque a nível internacional.
Em 2012 a marca nacional Rutz nasce com o intuito de aliar a cortiça ao calçado. Hoje tem uma vasta coleção para homem, mulher e criança, onde inclui a cortiça como matéria prima predominante.
Antes, na feira de Milão de 2011, já a Amorim Cork dava cartas no design de peças para a casa em cortiça com a marca Materia. Também com a Amorim Cork, associada à matceramica, surge a Alma Gémea, uma feliz união entre a cerâmica e a cortiça no design de utensílios de mesa e tabuleiros para ir ao forno.
Portugal, com uma área de 730 mil hectares de montado de sobro, é responsável por mais de 50% da produção mundial de cortiça, o que faz dele também o maior exportador de produtos deste material, fazendo mais de 800 milhões de euros por ano. Com uma produção tão vasta e tradicional, era pouco inteligente não encontrar outras utilizações para a cortiça além das inevitáveis rolhas.
Alguns anos mais tarde a cortiça ganha finalmente lugar no mercado internacional do design. Designers de todo o mundo vão a Portugal conhecer as verdadeiras caracteristicas e capacidades do material e ficam adeptos da sua versatilidade.
O próprio IKEA reconhece-lhe valor e começa a indroduzir mais elementos com cortiça em cada catálogo que lança, desde frascos e garrafas com rolhas de cortiça, bancos de cortiça, candeeiros e até mesas.
O seu valor na área da decoração não é novo, tendo sido largamente usado em revestimentos, dadas as suas caracteristicas térmicas e acústicas. Porém, atualmente, este material tem a seu favor muito mais do que ser um bom isolante, o aspeto ecológico que cada vez mais preocupa os designers e toda a classe criativa e empresarial na conceção de produtos, e até mesmo, na oferta de serviços, faz da cortiça um material do futuro. Apesar da sua aparência rústica, este consegue ser um material fácil de adaptar a vários ambientes decorativos e funcionais.
Deixo-vos com a ideia arrojada da obra do arquiteto José Carlos Cruz. Um hotel que valerá a pena visitar.
Há algumas semanas atrás fui contactada pela Márcia. Representando os interesses de Mr. DOE, Márcia colocou-me a par de um projecto de design de mobiliário que me cativou pela sua moderna interpretação da história de Portugal. O projecto vai tomando forma, uma forma Real [de realeza e de realidade], uma forma apaixonada de representar, recriar e trazer à actualidade o pensamento e vivências da, tão rica e vasta, História Portuguesa.
Mr Doe é o anfitrião desta viagem no tempo. Dono de uma personalidade marcante e curiosidade insaciável, partilha agora as suas memórias, materializando-as em peças de design: Nasce assim a coleção DINASTICA.
Inspirada na Monarquia Portuguesa, cada peça foi pensada e imaginada com base nas figuras mais contundentes da nossa história. Cada detalhe desenhado, cada material escolhido, contam um pedaço da História de Portugal com todo o poder e significado que isso lhes confere.
Hoje tenho a honra de vos apresentar três marcos importantes na História. Comecemos por D.Afonso I, O conquistador. Principal responsável pela independência de Portugal e todos os seus guerreiros. Foi sobre uma mesa que se debateram ideias, se definiram estratégias e se ultimaram ataques. Foi sobre uma mesa, que começou a ser escrita a história de Portugal. Inspirada no casco de um barco, nasceu assim a primeira peça que destaco desta coleção, a D.Afonso I, uma mesa, uma peça imponente, tal como o Rei o foi. Um design moderno inspirado num pensamento visionário.
D.Maria I, a piedosa/ a louca, um cadeirão cheio de personalidade. Esta peça retrata a rainha em dois momentos distintos da sua vida. Uma fase tranquila reflectida na escolha do tecido macio num tom claro de azul. E uma fase dura e ingrata, marcada pela forma assimétrica e “instável” da peça. O contraste da acentuada assimetria da forma com a cor e suavidade do tecido tornam a peça harmoniosa e de fácil adaptação aos diversos ambientes, retratando o espírito e a história da Rainha.
D.Amélia, o carácter humanista desta rainha, inspirou esta peça que vos apresento em seguida. Baseada nos antigos suportes das pias de água utilizados nos hospitais da época, este cadeeiro de pé, retrata a figura opulente de D.Amélia, sempre dedicada à erradicação dos males da época, como a pobreza e a tuberculose, fundou dispensários, sanatórios, lactários populares, cozinhas económicas e creches, demonstrando assim o seu interesse pelo bem estar da população portuguesa. Maria Amélia Luísa Helena de Orleães nasceu em Twickenham, Inglaterra. Dotada de uma educação esmerada, D. Amélia era uma mulher ligada às artes e à cultura, e deixou obras como as fundações do Instituto de Socorros a Náufragos, Museu dos Coches Reais, Instituto Pasteur em Portugal (Instituto Câmara Pestana) e Assistência Nacional aos Tuberculosos. O seu legado fica aqui reconhecido por Mr. DOE na materialização deste candeeiro à sua altura.
Estas e outras peças são vendidas pela Designer's Mint. Encomendas e/ou questões podem ser feitas através do telefone 00351 256 004 100, por email ou directamente no estúdio em São João da Madeira, no Oliva Creative Factory, onde poderão também ver algumas peças em exposição no showroom. Esta é uma coleção de 21 peças distribuídas nas variantes de revestimento de parede, mobiliário, iluminação e estofos, com muito para nos relembrar e ensinar. Um perpectuar da nossa história, das nossas origens. Uma forma de colocar o design ao serviço da cultura, num conceito que merece toda a divulgação possível.