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Decoração . Arquitetura . Design . Inspiração

WW MB 003

Mais um fim-de-semana mesmo à porta. Hoje juntamos o "welcome weekend mood board" com o desafio do grupo blogues à mesa para este mês e brindamos à Primavera. Ela está a chegar e com ela a natureza transforma-se, o verde fica mais verde, a paisagem enche-se de cores e a luz invade o ambiente e torna-nos mais quentes.
O mood board de hoje é uma declaração saudosa ao que vem a caminho. Porque o frio custa a partir mas o verde já vai ficando mais viçoso. Que este seja um fim-de-semana mais luminoso e de brisas primaveris.

 

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O casamento

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 Foto | photo: Os bastidores no instagram

 

Embora ainda não tenha as fotos da fotógrafa fiz um apanhado dos preparativos que fui colocando no instagram e que hoje partilho aqui.
O evento aconteceu no dia dos namorados, o dia em que, há 7 anos atrás, davamos o primeiro abraço, o primeiro beijo, o primeiro passeio... Foi uma cerimónia no registo com os amigos mais chegados.

Quando decidimos casar queriamos uma festa grande, sem luxo mas espaçosa, onde pudessemos partilhar emoções com os nossos amigos e familiares, onde cuidadosamente escolheriamos a música da primeira dança, onde iriamos cantar para todos a nossa música, onde iriamos pedir alguns discursos e partilhar os nossos. Uma festa descontraída mas dinâmica e alegre.

Cerca de dois meses e meio antes do nosso dia tivemos algumas notícias menos boas, notícias que nos motivaram a cancelar a festa. Não foi um sonho que destruímos foi apenas uma comemoração que decidimos adiar, não havia espírito para isso, nem motivação para os preparativos, perdemos algum dinheiro mas sentimos uma leveza, sem preço, no coração. Mantivemos a cerimónia, sabiamos que se a cancelássemos nunca mais voltariamos a pensar no assunto, e assim ficaria o casamento, irreversivelmente, sem efeito.
Felizmente, contra todas as expectativas, com a bondade, generosidade e força de vontade dos amigos e da família, o dia permaneceu mágico, e embora não tenha havido uma festa de arromba, brindámos à felicidade e ao futuro da mesma maneira e descobrimos quem realmente nos quer bem.

 

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Desde a primeira vez que decidimos casar, isto em 2010, sabia que teria de ser um acontecimento bem descontraído, pouco formal, muito caseiro, rústico e absolutamente d.i.y. É uma área na qual gosto de trabalhar, organização de eventos. Desenhar, criar e fazer todos os pormenores desde os convites às lembrancinhas, passando pelo nosso bolo, foi um prazer, e pôr tudo no devido lugar e gerir todos os intervenientes e calendarização foi a cereja no topo do bolo. Acho que por saber que estava tudo mais ou menos controlado (menos o noivo), porque tudo tinha passado pela minha mão, deu-me paz de espírito. Foram poucas as vezes que me senti nervosa, tive sempre muito em que pensar e isso foi me mantendo ocupada. O noivo concluiu: "coitado daquele que algum dia tiver de trabalhar contigo", acusou-me de perfeccionista e super exigente, até mesmo com a minha própria pessoa. Fazendo uma análise fria... ele talvez tenha a sua razão.

 

De facto gosto de trabalhar na área dos casamentos mas não em casamentos demasiado tradicionais, não gosto de cadeiras com pregas e laçarotes, de centros de mesa demasiado certinhos e sufisticados, guardanapos dobrados em forma de cisnes e coisas do género.

Tive a sorte de poder contar com uma amiga querida (florista) para me fazer o bouquet e alguns arranjos para decorar a casa, acho que até ela sentiu a mesma difículdade em trabalhar comigo, talvez por eu saber o que realmente quero, não ficar satisfeita com qualquer coisa, talvez porque antes de estar feito eu já imaginei exactamente como irá ficar. Ou talvez, simplesmente, por esta ser a área que domino... porque na verdade, quando me perguntam como quero as unhas ou o cabelo, posso até ter uma vaga ideia mas, se não for assim, pode ser de outra maneira qualquer, mas o arranjo de flores tem mesmo de ficar no meio da prateleira.

Esperando ansiosamente pelas fotos da fotógrafa...

As coisas que passam a fazer todo o sentido.

956d8ce759b6c0afc7b149191572451a.jpgFoto | Photo: Cade Martin

Até ao Natal de 2010 nunca me tinha passado pela cabeça casar. Muito sinceramente achava tudo uma grande seca, um luxo desnecessário, para já não falar do facto de, supostamente, ter de me vestir de branco, marfim, crú... o que lhe quiserem chamar. Um dia, uma noite de Natal, e eu já gostava do Natal, numa grande caixa estava uma pequenina caixa e nela estava um pedido. De facto nunca esteve nos meus planos casar mas se calhar porque sempre achei que nunca ninguém teria a audácia de me pedir.

 

Hoje, vestido escolhido, cerimónia estudada, organizada, música decidida, fotógrafa, brincos,... vejo-me neste estranho mundo que não me pertence e do qual me mantive sempre à margem, mesmo durante a organização de todo o evento. Só assim o assumo meu, apesar do vestido marfim, das alianças tradicionais, do ramo de noiva mais ou menos dentro da normalidade, este vai ser um acontecimento diferente dos que me quiseram vender durante cerca de um ano, o tempo que demorei a organizá-lo. Vai ter as minhas botas, as minhas filhas, as alianças num bastidor bordado, as músicas que não me saem da cabeça, e as palavras que te quero dizer.

 

Nunca fez parte dos meus planos casar mas hoje, faz todo o sentido fazê-lo

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