No que acreditas tu?
Foto | Photo: Belathée
Não sou uma pessoa supersticiosa por natureza ou tradição mas sou casada com uma. A bem ou a mal (mais a mal que a bem) lá fui decorando as maluqueiras que temos de fazer para passarmos um ano mais ou menos. Certo ou não nunca terei os meus sonhos realizados nem mesmo 365 dias de saúde plena.
- Comer 12 passas ao som das 12 badaladas já não é novidade, pedir 12 sonhos um por cada passa que se engole é quase suicídio por engasgamento.
- Brindar com alcool é mais um prazer do que uma superstição mas uma vez que brindar com água dá azar, o melhor é não contrariar e brindar com o tradicional champanhe ou espumante. Por falar nisso tenho de o colocar no frigorifico.
- Entrar o ano com dinheiro na mão fará com que ele não falte durante os restantes 364 dias. Acho que este ano vai de cartão multibanco mesmo. Nesta sou a primeira a alinhar, de facto não tem faltado mas experimenta não trabalhar e vais ver se ele nasce no bolso. Por falar em bolso, nunca o deixar vazio ou assim permancecerá todo o ano.
- As já aqui faladas cuecas azuis a estrear também fazem este ano parte das mésinhas da minha passagem de ano. Não fosse faltar sorte, o homem ofereceu umas cuecas azuis no meu aniversário com a condição de as estrear só na passagem do ano. Um homem prático que junta o útil ao agradável (do ponto de vista dele) sem dúvida. [Espero que ainda me sirvam]. Também descobri ontem que afinal podemos adaptar a cor da cueca à cor da necessidade que queremos evidênciar neste novo ano. Na falta de amor, cueca vermelha; Verde para a saúde; Amarela para resolver os problemas económicos e branca para que não falte paz.
- À quem salte de uma cadeira e caia com o pé direito, eu opto por sair a porta da rua e voltar a entrar em casa com o pé direito. Sendo que a porta simboliza a entrada no novo ano há que entrar com o pé direito para dar sorte. Pode faltar tudo em 2016 mas sorte não há-de faltar!
- Fazer barulho para afugentar o que de mau houver no ano que termina. Bater tampas de tachos e panelas, buzinar, assobiar, tudo está na lista para purificar e afastar o perigo e os maus presságios, com jeito afasta também a inveja e o mau olhado... isso é que dava jeito.
- Há ainda malucos que mergulham no mar fresquinho, para esses acaba-se ali a festa de tão mirradinhas que vão ficar as partes intimas. Tudo em prol de testar a resistência, se nada cair é porque vão conseguir superar todos os obstáculos que possam surgir pelo caminho do novo ano.
- E se não querem ver a vossa felicidade voar para longe logo no primeiro dia do ano, então o melhor é não comer perú, frango, e outras aves afins na última refeição do ano que termina. E ficam já a saber que chocolate é fundamental nesta altura porque atrai riqueza. Se precisavam de uma desculpa para dar conta da caixa de bombons que receberam no Natal, esta parece-me a justificação perfeita.
Posto isto, perguntam vocês: então e como é que eu meto passas na boca, agarro em notas, salto cadeiras, invento 12 desejos para pedir, bato tachos enquanto seguro na taça de champanhe? Desenrasquem-se... quem tiver habilidade para isso tudo não passará, de certeza, dificuldades de nenhuma ordem no ano que se avizinha.
Agora dão-me licença que vou fazer um bolo de chocolate.